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Piqué comprou briga na Espanha e sobrou para ele. E a polêmica é grande

Gerard Piqué entrou para a história ao conquistar a primeira Copa do Mundo pela Espanha e ser um dos protagonistas da vitoriosa geração do Barcelona. Talvez nem ele esperasse se tornar pivô de uma polêmica em seu país depois de tudo isso. Foi o que aconteceu ao defender a consulta popular sobre a independência da Catalunha. O zagueiro se meteu no meio de um furacão político e agora lida com pressões e críticas de todos os lados.

No último dia 11 de setembro foi celebrado o Dia da Catalunha (ou apenas Diada), data comemorativa importante para a região, principalmente no contexto atual. A Catalunha quer fazer uma consulta popular para saber de seus mais de sete milhões de habitantes se eles são favoráveis à total independência da região em relação à Espanha.

A consulta está marcada para o dia 9 de novembro, mas o governo da Espanha já avisou: trata-se de um ato inconstitucional. Nesse cenário nacionalista de disputa, Piqué não só comemorou publicamente o Dia da Catalunha com seu filho Milan, como se mostrou favorável à consulta. Bastou para ele receber críticas de diferentes origens.

Espanhóis torceram o nariz por verem Piqué a favor da consulta; os catalães se incomodaram porque o zagueiro sempre defendeu a seleção espanhola e o acusaram de hipocrisia. O que muitos dos críticos talvez não saibam é que Piqué, a princípio, não é favorável à separação da Catalunha, mas mesmo assim defende o direito de todos votarem.

“Não entendo por que as pessoas se incomodaram. Acho que não podem duvidar de mim. Em mais de 11 anos pela seleção espanhola nunca falhei, deixei minha pele em cada partida que joguei. E outra coisa bem diferente é sentir-me catalão e estar a favor da consulta, pois é algo democrático, afinal as pessoas têm o direito de poder votar”, argumentou.

No início do ano, por outro lado, Piqué opinou que a separação da Catalunha “deixaria as duas partes debilitadas” e por isso não defendeu a bandeira da separação. “Depois não sei o que aconteceria, mas o tema é algo que está no ar porque muitos catalães estão insatisfeitos com as decisões do governo”.

Dono de idioma e aspectos culturais próprios, a Catalunha é uma potência entre as comunidades espanholas. Sua capital, Barcelona, é a segunda maior cidade do país. E a separação é tão polêmica que alguns partidos locais são contra a realização do referendo em novembro. Referendo que engloba duas decisões: se o catalão quer que a região seja um Estado, e, se sim, se ele deve ser independente.

Piqué não foi o único do Barcelona a ir às ruas no Dia da Catalunha, mas só ele publicou foto durante as festividades. Xavi, por exemplo, não se manifestou, mas foi fotografo por um fã, assim como o presidente do clube, Josep Maria Bartomeu. Piqué foi quem mais deu a cara a tapa, e apanhou.

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