Com Alejandro Sanz, Ozuna e um mar de fãs, a estrela colombiana celebrou sua nova fase com um show épico no Hard Rock Stadium.
“Olá Miami, sempre é bom voltar à manada.” Assim, com um sorriso emocionado e a energia de quem renasceu, Shakira deu início ao primeiro de seus dois concertos em Miami neste fim de semana, diante de cerca de 65 mil pessoas. A apresentação no Hard Rock Stadium foi mais do que um show: foi o cumprimento de um sonho e a consagração de uma artista que, após anos de turbulências pessoais, retorna ao palco com uma força renovada.
A cidade, onde a cantora vive desde 2023 com seus filhos, foi o cenário escolhido para celebrar esse novo capítulo de sua carreira — e de sua vida. “A última vez que estive aqui foi para ver a Beyoncé, em agosto do ano passado, e me perguntei se um dia poderia fazer um show neste lugar. Obrigada por me ajudarem a realizar esse sonho”, disse a artista, visivelmente emocionada.
Com um repertório bilíngue e convidados de peso — Alejandro Sanz e Ozuna — Shakira comandou uma verdadeira festa latina de duas horas, que misturou pop, rock e ritmos tradicionais do continente. Da dor que inspirou sua célebre frase “as mulheres já não choram” restou apenas a força transformada em música.
“O amor pelo outro é lindo, mas o amor-próprio é ainda mais bonito”, declarou ela no palco, em uma noite que reuniu fãs de todas as idades: de crianças a avós que acompanham sua trajetória há mais de 30 anos.
Se não havia um dress code oficial, o público compensou com criatividade. As arquibancadas viraram um mosaico de referências à carreira de Shakira: tiaras com orelhas de lobo (em alusão à era Loba), tranças com fitas coloridas remetendo ao álbum Pies Descalzos, lenços com moedas na cintura evocando suas danças do ventre, perucas roxas como no videoclipe de Día de Enero e muito brilho — muito mesmo.
Shakira também trouxe para o palco elementos visuais icônicos. Foram 13 trocas de figurino, entre vestidos curtos e leves para os hits dançantes, macacões transparentes com pedrarias na fase rock, e trajes elegantes para os momentos mais intimistas. A cada mudança, um marco de suas diferentes fases — da rebelde jovem de Barranquilla à diva global.
O show foi marcado por momentos especiais, como a entrada da cantora ao lado de amigas, familiares e celebridades como a modelo Winnie Harlow e Ariadna Gutiérrez, Miss Colômbia 2015. A presença feminina foi constante e simbólica, destacando a sororidade e o empoderamento que permeiam sua nova fase.
A apresentação de La Tortura, com Alejandro Sanz, foi um dos pontos altos da noite. O dueto eletrizou o estádio e arrancou de Shakira uma frase provocadora e divertida: “Ay Dios, isso é a coisa mais linda que a Espanha já pariu depois dos meus filhos”.
Outro momento emocionante foi a versão acústica de Antología, clássico de seu álbum Pies Descalzos (1995), que fez muitos fãs se emocionarem — e relembrarem os tempos em que Shakira ainda era uma promessa latina com voz suave e letras confessionais.
O encerramento ficou por conta de Bzrp Music Sessions Vol. 53, hit viral que se tornou símbolo de sua libertação emocional após o fim do relacionamento com o ex-jogador Gerard Piqué. Enquanto falsas notas de dólar com o rosto da artista choviam sobre o público, Shakira dava seu último grito de vitória.
“A la bin, a la ban, Miami, Miami, ra ra ra! Que noite!”, despediu-se ela, com brilho nos olhos e o orgulho de quem não só voltou ao topo, mas redefiniu o que é ser uma popstar latina no século XXI.
Em Miami, Shakira não apenas cantou — ela celebrou sua história, reafirmou sua identidade e mostrou que, mais do que nunca, está no controle de sua própria narrativa.