“Acho que os fãs fizeram uma espécie de feitiço para que acontecesse”: Alejandro Sanz sobre reencontro com Shakira

Após quase 20 anos de “La tortura”, a dupla volta a colaborar na faixa “Bésame”, parte do novo EP do artista espanhol.

O cantor e compositor espanhol Alejandro Sanz está de volta com “¿Y ahora qué?”, um EP com seis faixas que marca uma nova fase em sua carreira. Lançado nesta sexta-feira (24), o projeto reflete um momento de renovação artística e pessoal. Ao longo dos últimos quatro anos, Sanz passou por uma separação, começou um novo relacionamento, mudou-se novamente para Miami e trocou de gravadora — transformações que, segundo ele, moldaram o tom mais íntimo e emocional do novo trabalho.

Apesar de buscar novas sonoridades e colaborações, Sanz admite que sua essência permanece: “Tentei fazer coisas que não soem como eu, mas não consegui. Tenho uma raiz muito forte que vem do flamenco, da música da minha infância, e isso vai me acompanhar para sempre”, declarou.

Uma nova abordagem musical

O novo trabalho, lançado em formato de EP, surgiu de uma vontade de experimentar e manter o frescor criativo. Para isso, o artista reuniu nomes de peso da música latina atual, como Edgar Barrera, Elena Rose, Andy Clay, Spreadlof, CASTA, Richi López, Luis Salazar e Héctor Rubén Rivera. A escolha por um projeto mais enxuto, segundo Sanz, tem sido positiva: “Tem muitas vantagens. Trabalhar com outros compositores traz uma frescura especial e é benéfico para a saúde — não só física, mas também musical”.

Com mais de 30 anos de carreira, ele garante que ainda busca se surpreender: “Sempre tento fazer algo diferente. Se não consigo me divertir com isso, mereço que me caia um raio”.

Reencontro com Shakira: “Um feitiço dos fãs”

Entre os destaques do EP está “Bésame”, aguardada colaboração com Shakira, quase duas décadas depois do sucesso estrondoso de “La tortura”.

“Acho que os fãs fizeram uma espécie de feitiço para que acontecesse”, brincou Sanz sobre o reencontro musical com a artista colombiana.

Além de Shakira, o disco traz outras parcerias notáveis, como Grupo Frontera, na faixa “Hoy no me siento bien”, e o colombiano Manuel Turizo, em “¿Cómo sería?”.

Influência familiar e planos futuros

Um dos nomes que tem influenciado a nova fase de Sanz é o do próprio filho, Alex, que segue carreira musical sob o nome artístico de Quint. “Faço música mais voltada para o rock e o folk. Sempre compartilho minhas canções com meu pai”, contou o jovem durante uma entrevista conjunta com o cantor. “Se ouvir algo que te soe familiar, encare como uma homenagem”, respondeu Sanz, orgulhoso.

O artista, que mantém uma playlist eclética — de Camarón e Paco de Lucía a Jimi Hendrix, James Brown, Ana Mena e Milo J — já se prepara para cair na estrada com a turnê “¿Ahora qué?”, que começa em setembro no México e passará por diversos países da América Latina.

Além disso, Sanz segue compondo e gravando novas músicas: “Estou novamente brincando com a música, com outras pessoas, novas formas de entender e escrever. Tenho feito coisas muito interessantes”.

Como ele mesmo resume: “Tenho o melhor trabalho do mundo. Se não estiver me divertindo, então mereço uma penitência”.