A Rainha está chegando! Shakira foi anunciada como a capa do mês de julho da conceituada revista Vogue Mexico y Latinoamérica.
A cantora anunciou na entrevista para a revista que lançará um novo single em Julho e confirmou que o vídeo já foi gravado. Além disso, prevê um novo álbum e uma nova turnê para 2022.
Confira abaixo a publicação da Vogue Mexico, com tradução livre feita pela equipe do Portal Shakira:
Shakira na capa: “Eu sempre quero ir por mais”
A cantora colombiana protagoniza sua primeira capa da Vogue México e América Latina. Shakira tem uma conversa honesta sobre a intenção de sua música e tudo o que vem com ela.
Não faz muito tempo, foi o vigésimo segundo aniversário de um dos perfis musicais mais icônicos da história. Nele, o então jornalista Gabriel García Márquez descreveu uma jovem Shakira como “inteligente, insegura, recatada, doce, evasiva e intensa”, uma série de adjetivos que parecem ter se fortalecido ao longo dos anos. Hoje, a colombiana Shakira pode não parecer aquela mulher que aos 21 anos gravou alguns discos perfeitos que a levariam a se tornar uma das maiores estrelas da música latina; no entanto, leva alguns minutos conversando com ela para perceber que ela não mudou muito. Ela pode ser alguém que quebrou todos os recordes possíveis no mundo da música e ganhou prêmios da indústria, mas suas virtudes humanas permanecem intactas. “Não sou uma grande fã de mim mesma”, ela garante nesta entrevista para a Vogue México e América Latina, “Eu sempre ouço as coisas que fiz e digo ‘isso poderia ter sido melhor’, nunca estou inteiramente satisfeita. ” São palavras que não parecem vir de quem conquistou o mundo com a sua arte, mas a sua reflexão é ainda mais profunda: “Esta insatisfação não é inteiramente negativa, tem algo de bom. Não quero voltar ao que já fiz, quero procurar outro lugar ”.
Hoje, Shakira continua a ser aquela pessoa doce e intensa. “A curiosidade sempre foi o meu motor, não saber para onde ir e não ter clareza sobre isso. Esse tem sido um bom aliado. Se eu estivesse tão confiante e tão certa do meu talento, talvez já tivesse desistido disso agora. Mas nunca acreditei muito nisso ”. É dito por quem com treze álbuns impecáveis conseguiu se reinventar constantemente, através de uma arte que parece cada vez mais falha. “As pessoas ao meu redor sempre tentam me lembrar do que quero dizer ou representei em um nível artístico e musical, mas esqueço o que alcancei e sempre quero ir por mais.” Esta é uma pessoa que parece estar perto de seu público o tempo todo. Dentro e fora do estúdio, subindo e descendo o palco, Shakira parece nos lembrar que ela é tão humana quanto os milhões de pessoas que a ouvem. Basta observar como viveu a pandemia global para percebê-lo. “Como todos; com preocupação, incerteza, com algum estresse, principalmente para meus pais, para os idosos, as pessoas da família que já foram expostas à doença. Mas ao mesmo tempo tentando, nos momentos de confinamento, aproveitar para fazer coisas que não poderiam ser feitas em uma vida normal. Aproveitando para estar mais com os filhos e a família ”.
Shakira também é uma pessoa inteligente e recatada. Como artista, ela viveu diferentes épocas e soube não só brilhar em todas elas, mas também aprender com cada uma delas. Se uma artista latina conseguiu se manter atualizada apesar do excesso de informação, é ela. Sua música é sempre projetada para o momento que você deseja enquadrar. Não importa se foi antes da dominação latino-americana de hoje ou depois da explosão das plataformas de streaming, sua inteligência permite que você tire algumas lições importantes. “A globalização e a explosão das redes sociais permitiram quebrar muitas barreiras e preconceitos que existiam contra a música latina, quando aqueles que tinham o poder de tocar aquela música para o povo, para os ouvintes, eram poucos. Agora é o povo que manda, não é mais o diretor de uma emissora que decide o que vai tocar no rádio e o que soa lá, é o povo, a voz do povo. Não há mais homem de terno e gravata decidindo o que ouvir e o que não ouvir ”.
Há uma liberdade em sua música que parece estar presente em todos os momentos e com a qual ela tem conseguido criar colaborações memoráveis ao longo de todos esses anos. “As colaborações também têm sido o prefácio de novos palcos musicais”, diz ela, falando delas como um espaço de experimentação conjunta. “La Tortura (com Alejandro Sanz), por exemplo, abriu um novo palco musical na minha vida, é uma música essencialmente reggaeton e o reggaeton era uma coisa bem local em Porto Rico”. Com essa música ela conseguiu prenunciar tempos mais otimistas para a música latino-americana e, talvez, profetizar sua onipresença hoje. “Essa música marcou um palco porque comecei a me envolver um pouco mais com os sons latinos e com o novo movimento latino-americano: o que estava acontecendo em Porto Rico, na República Dominicana a nível musical e eu queria levar tudo isso para frente. Uma escala global, mas sempre fazendo um pequeno trabalho antropológico de investigar o que acontece em cada cultura ”.
Se Shakira tem conseguido se reinventar uma e outra vez, não é apenas graças à sua visão, mas também a uma astúcia que vai além do campo meramente musical e que a dota de perspectivas mais completas, de valores mais profundos e estudados. “Eu tenho sido essencialmente uma pessoa muito curiosa e interessada em cultura. Amo cultura, adoro idiossincrasias diferentes, adoro pesquisar e isso me nutre artisticamente. A partir daí faço o meu trabalho de pesquisa e depois a experimentação no estúdio de gravação ”.
É essa astúcia que a levou a construir uma carreira impecável, que nunca para de olhar para suas raízes, colombianas e árabes. Em outro contexto, elas pareceriam dois mundos diferentes e estranhos, mas nas mãos de Shakira elas se tornam uma irmandade especial. “Elas estão aparentemente distantes, mas estão profundamente enraizados no Caribe colombiano com a migração de países árabes, principalmente Líbano e Síria. Foi uma migração muito grande, a certa altura essas duas culturas se misturaram de uma forma que já eram de alguma forma inseparáveis. Ela mostrou isso em seus álbuns, em suas apresentações e até no Super Bowl 2020, um dos maiores marcos de sua carreira até hoje e um acontecimento repleto de obstáculos que lhe deixaram uma reafirmação que parece ser o mantra de uma vida: “Foi muito estressante, mas parece que esse é o meu carma, o meu destino: que sempre terei que sofrer para conseguir algum tipo de recompensa no final. Às vezes sinto que estou trabalhando muito para conseguir algo, mas é assim ”.
Essa conquista permanece, à distância, como uma celebração coletiva. Sua apresentação junto com Jennifer Lopez pode ser traduzida como o símbolo de uma época em que a latinidade está presente em todos os cantos do planeta, sempre latente e sempre cheia de orgulho. “Do ponto de vista sociopolítico, foi um momento muito importante para os latinos, para as latinas, para as mulheres da minha idade, foi uma declaração importante e queríamos – tanto Jennifer Lopez quanto eu – deixar os hispânicos em um lugar de respeito e admiração a nível global e penso que mais do que conseguimos isso ”.
Análise e reflexão não são nada estranhas para ela. Uma olhada em seu extenso catálogo permite que você veja imediatamente. Com suas canções, ela não só consegue criar hinos dedicados ao sentimento, mas também traz importantes reflexões sobre o estado do mundo ao seu redor. Sua música está sempre cheia de leituras nas entrelinhas, capacidade que poucos compartilham e que é fruto de sua paixão pela leitura e pelo aprendizado. “Primeiro penso e depois escrevo. Às vezes, faço uma reflexão logo após escrever algo que envolve alguma opinião política, para saber se o que estou dizendo realmente vai ter um efeito positivo ou negativo nas pessoas. Eu vou pensar sobre isso. Recentemente escrevi uma música com algum conteúdo político e social e estou pensando se realmente vale a pena ou não. Há muitas coisas que guardo para mim. Eu entendo que tudo o que falo tem uma consequência e um impacto nos outros, procuro ser cuidadosa e prudente ”. É algo que marcou sua carreira para sempre e que a levou a criar uma fundação que há anos não deixa de ajudar sua Colômbia natal: “Tenho uma equipe espetacular de pessoas trabalhadoras e dedicadas ao trabalho social, que entendem muito do assunto. Sinto-me bastante organizada em uma fundação que trabalha todos os dias trabalhando para melhorar as condições de vida de tantas pessoas e todos os dias com novos sacrifícios e desafios. Sei o que está acontecendo no meu país e estamos sempre buscando melhorar o serviço que prestamos à comunidade ”.
É essa astúcia, também, que lhe permite manter-se nos ouvidos e no coração do mundo e é também o que a prepara para um retorno triunfante à música. “Tenho a sensação de que estou prestes a fazer algo diferente do que fiz antes e mais evoluído em nível sonoro também. Agora eu tenho uma música que é a música que eu queria fazer há muito tempo. Estou muito animada e esperando, com muita expectativa do que vou apresentar e do que vou continuar fazendo ”.
Se García Márquez carecia de adjetivos para descrever Shakira, poderíamos acrescentar mais alguns: humana, especial e, acima de tudo, apaixonada. Hoje Shakira é alguém que tem pouco peso há anos e que não se deixa cair sob o peso de uma carreira que mudou milhões de vidas. “Sinto-me com muita energia, vontade de trabalhar e muito inspirada. Estou a todo vapor, fazendo várias músicas. Estou no processo de mixagem daquela música que será lançada em julho. Acabei de filmar o vídeo e hoje me dedico a editá-lo, finalizar a mixagem da música e prepará-la para o lançamento em julho. Tenho grandes esperanças para essa música, grandes expectativas e muita vontade ”. Hoje Shakira é aquela pessoa que olha para o futuro com otimismo e vê tempos melhores. “As músicas continuarão a sair ao longo deste ano e acabarão em um álbum que eu acho que estará disponível no próximo ano. Também há muita vontade de sair em show novamente, a ideia é fazer uma turnê no ano que vem, no verão. Acho que no próximo ano estarei em turnê novamente. Estou muito animada com tudo isso. Depois de curtir a quietude, agora toda a atividade recomeça ”.
Sem mais delongas, em um mundo que começa a se adaptar a uma nova normalidade e que começa a movimentar as aprendizagens de um período caótico, cheio de instabilidade e confinamento permanente, Shakira parece deixar uma mensagem especial que compartilha com o próprio García Márquez : a vida é apenas uma sucessão contínua de oportunidades para sobreviver. Shakira está de volta, sobreviver será um pouco menos complicado ouvindo ela.
Leia a entrevista original em espanhol, clique aqui.
Confira abaixo a foto da capa e as demais imagens incríveis do ensaio para a Vogue:
Como parte da divulgação a cantora fez um vídeo especial da série “Mi vida en Looks” (Minha Vida em Looks).
No vídeo ela relembra seus figurinos mais icônicos, desde o Latin Grammy em 2000 até o Super Bowl em 2020.
Confira abaixo: